O que dizer a quem sofreu com a marca que carrega? Há uma máxima que reza que todos, indiscriminadamente, trazemos uma. Desde que nascemos estamos fadados a sermos reconhecidos por algum referencial. Familiares mais próximos logo a identificam, e, ela (a marca) nos persegue. Mais e como tornar isto claro para as pessoas neste mundo? Difícil! Nem sempre o estigma se faz presente a ponto de interferir em nossas relações cotidianas. Comumente, tais informações, servem tão somente a um conjunto de referenciais capazes de segmentar – ditar grupos sociais. São variados os códigos, podendo-se mencionar a titulo de exemplo: uma má formação congênita. Contudo, cabe-se frisar, que apesar de certas marcas trazerem consigo a pecha do “defeito”, e, portanto, fator de sofrimento aos seus portadores, tais signos, não fazem parte do rol, previamente estabelecido, capaz em resultar total expurgo social.
Importante afirmar que todo ser já sofreu ou ainda sofre quando da identificação das marcas que carrega. Nem sempre tais estigmas são parte indissolúvel da estrutura física, muitas vezes se manifestam numa condição social, deixando-se explicitar, por exemplo, em grupos de indivíduos integrantes de uma família onde a genetriz educou sozinha sua prole. De toda sorte, variados são os motivos a manipulação desta “identidade deteriorada ”. A sociedade, não está preparada, ainda, para entender o fato de que há urgência em se dissociar alguém de seu histórico, pregresso familiar. Tão logo se deixe explicitar fatos correlatos a família, o homem “equilibrado” será parte integrante de algo que perturbe “a ordem social”, merecendo, portanto, e, necessariamente, uma marca que o impossibilite de exercer determinadas funções sociais.
Apesar da importância em se combater toda forma de discriminação há de se convir que determinados grupos estão extremamente, vulneráveis a este esquema de constrangimento perverso. Convenções sociais, implícitas e explícitas, ditam regras para tornar seres humanos parte de um segmento a ser abominado. Justamente, em tal segregação são inseridos os homossexuais.
Pensar em nossas diferenças como matizes – indispensáveis a sobrevivência neste planeta, seria, sem dúvida uma rara oportunidade a extinção do sofrimento causado pela discriminação. Quem sabe esta percepção torne a humanidade um pouco mais tolerante, digna a se aproximar do verdadeiro espírito do cristianismo - sem demagogias, hipocrisias e falso moralismo. Algo que a raça humana, está, lamentavelmente, longe em atingir. Por ora, e, certamente o grande mérito da tolerância resida na busca incessante para que o mundo se torne um lugar mais justo, digno e livre do preconceito.